18/04/2025
Nem sempre os desejos infantis serão atendidos e isso é positivo. A frustração, quando vivida em segurança e com apoio, ensina a criança a administrar expectativas e emoções, algo essencial para o amadurecimento emocional. Esse processo faz parte da construção da autonomia e da consciência de que nem tudo está sob nosso controle.
Uma criança frustrada por não ganhar o brinquedo que queria, por não ser escolhida em um jogo ou por errar em uma atividade escolar, está diante de uma oportunidade de aprendizado. Com o suporte adequado, ela pode aprender a reconhecer o que sente, encontrar alternativas e perceber que erros e decepções fazem parte da vida.
“A frustração bem orientada ajuda a desenvolver habilidades como paciência, autocontrole e persistência”, destaca Hellen Bini, coordenadora infantil do Colégio Anglo Camboriú, em Santa Catarina.
É no cotidiano que se constroem essas competências. Atividades com regras, jogos com desafios, interações em grupo e até tarefas escolares que exigem repetição e correção são ferramentas poderosas para ensinar as crianças a lidar com o desconforto de não ter um resultado imediato.
Importante também é o papel da família: validar os sentimentos da criança, sem superprotegê-la, é um equilíbrio delicado, mas necessário. Ouvir, acolher e dar espaço para que ela expresse o que sente ajuda a construir segurança emocional. Reações como choro, raiva ou silêncio são formas legítimas de expressar frustração, e precisam ser compreendidas com empatia e firmeza.
Na escola, a convivência com colegas e adultos em diferentes contextos potencializa essas experiências. O ambiente escolar oferece oportunidades constantes de testar limites, experimentar perdas, resolver conflitos e aprender a recomeçar. Por isso, educadores atentos têm papel importante ao propor atividades que desafiem e, ao mesmo tempo, acolham.
Lidar com frustração não significa apenas aceitar o que não se pode ter, mas também aprender a construir soluções e a desenvolver tolerância. Técnicas simples, como respiração consciente e incentivo à reflexão, ajudam a criança a manter o equilíbrio em momentos de decepção.
Crianças que desenvolvem essa habilidade tendem a apresentar melhor desempenho acadêmico e relações sociais mais saudáveis. Elas crescem mais confiantes, com maior controle emocional e mais preparadas para enfrentar os desafios da vida adulta — onde as frustrações, inevitavelmente, também farão parte. Para saber mais sobre frustração, visite https://brasilescola.uol.com.br/psicologia/frustracao.htm e https://paulinhapsicoinfantil.com.br/blog/trabalhar-frustracao-infantil/